Bicheiro Bernardo Bello é acusado de lavagem de dinheiro em empresa de churrasco
As investigações da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) revelaram que a empresa de delivery de churrasco “Zé do Churrasco”, que teve um crescimento explosivo durante a pandemia, era uma fachada para lavagem de dinheiro do jogo do bicho. O bicheiro Bernardo Bello é acusado de usar a empresa para dissimular lucros ilegais de jogos e cassinos clandestinos.
O caso veio à tona após o assassinato do advogado Carlos Daniel Dias André, de 41 anos, em maio de 2022. Daniel foi morto a tiros em Niterói, quando estava a caminho de uma reunião com Marcello Magalhães, fundador da “Zé do Churrasco”. A investigação desvendou que, desde julho de 2021, Allan Diego Magalhães Aguiar, conhecido como Allan do Posto e ex-cunhado de Bernardo Bello, tornou-se “sócio oculto” da empresa, comprando 50% do negócio por R$ 200 mil.
Dados do Coaf mostraram que a empresa movimentou R$ 22 milhões entre abril de 2021 e janeiro de 2022, com suspeitas de remessas e recebimentos de empresas ligadas a Aguiar, indicando a prática de lavagem de dinheiro. A parceria entre Magalhães e Aguiar acabou em litígio e violência, culminando no envolvimento do advogado Carlos Daniel, que tentava mediar o conflito.
Após denunciar o caso à polícia, Magalhães retomou o controle da empresa com o apoio da Draco. No entanto, isso teria motivado o assassinato de Carlos Daniel, visto como um “agente duplo” que prejudicava os interesses de Bernardo Bello ao favorecer um rival.
As prisões de Bello, Aguiar e Magalhães foram decretadas pela Justiça pelo homicídio do advogado. Aguiar e Magalhães foram presos, enquanto Bello está foragido. A defesa de Marcello Magalhães optou por não se manifestar, e as defesas de Bello e Aguiar não foram localizadas.
Este caso destaca os desafios enfrentados pelas autoridades na luta contra a lavagem de dinheiro e o crime organizado, especialmente em atividades comerciais que parecem legítimas à primeira vista.