Racha entre Aliados de Castro no Rio de Janeiro Amplia Disputas Municipais
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, membro do Partido Liberal (PL), está tomando medidas para conter a pressão de sua base de apoio às vésperas das eleições municipais de 2024. Para amenizar as tensões entre seus aliados políticos, Castro está realizando mudanças em seu secretariado, porém, essas mudanças estão causando atritos e divisões entre os caciques de partidos como PL, Progressistas (PP), União Brasil e Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o que pode afetar a formação de candidaturas em diferentes municípios do estado.
Há duas semanas, o governador substituiu o chefe da Polícia Civil e nomeou o delegado Marcus Amim, que é próximo ao grupo político do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar (União). Alguns adversários de Bacellar alegam que essa mudança representou uma tentativa de interferência política na Polícia Civil, o que ele nega.
Essa mudança na chefia da Polícia Civil ajudou a acalmar as críticas públicas de Bacellar ao governo, e a Alerj aprovou posteriormente medidas para aumentar a arrecadação do estado em 2024. No entanto, essa aparente estabilidade na Assembleia Legislativa gerou desconforto entre figuras proeminentes, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o líder do PP na Câmara, Doutor Luizinho, que acreditam que Bacellar está ganhando excessivo poder.
A pressão de Flávio Bolsonaro levou Castro a abrir espaço para um aliado, Gutemberg Fonseca, na recém-criada Secretaria de Defesa do Consumidor. No entanto, ainda existem divergências sobre a estrutura e o tamanho dessa nova secretaria. Além disso, o governador recentemente esvaziou a pasta de Infraestrutura para criar a Secretaria de Cidades, com o objetivo de aumentar a capacidade de entrega de serviços. Ele nomeou o deputado estadual Douglas Ruas (PL) para liderar essa nova secretaria, aproximando-se também de Bacellar.
Enquanto isso, Doutor Luizinho, que tem influência nas indicações da secretaria estadual de Saúde desde o início do governo de Castro, está intensificando seus esforços para lançar candidatos em colégios eleitorais importantes, muitas vezes competindo contra o grupo de Bacellar. Ambos visam fortalecer suas posições para a eleição à sucessão de Castro no governo em 2026.
Em cidades como Campos dos Goytacazes, onde Bacellar tem forte influência, o PP filiou o atual prefeito Wladimir Garotinho, em um confronto direto com a família de Bacellar, sua rival histórica. Além disso, em Nova Iguaçu, onde Luizinho tem seu reduto, o PP está buscando um sucessor para o atual prefeito Rogério Lisboa, que provavelmente enfrentará um candidato do grupo de Bacellar.
Castro tem evitado tomar partido na maioria das disputas internas entre seus aliados políticos para não desagradar nenhuma das partes, mas essa neutralidade está criando divisões e rixas dentro de sua base. Em São João de Meriti, por exemplo, o PL tem dois pré-candidatos concorrendo à prefeitura, criando um conflito interno que pode afetar a estabilidade política do partido.
As disputas internas entre os aliados do governador Castro podem ter um impacto significativo nas eleições municipais de 2024 e na sucessão do governo estadual em 2026, tornando a gestão de Castro um equilíbrio delicado entre interesses políticos concorrentes.