Braço direito do sobrinho de Castor de Andrade é preso MP aponta relações na morte de Marielle
Na noite da última sexta-feira, uma blitz da Polícia Rodoviária Federal na Rodovia Washington Luiz, altura do pedágio de Xerém, em Duque de Caxias, resultou na prisão de Jeferson Tepedino Carvalho, conhecido como Feijão, de 34 anos. Feijão estava foragido desde 2022, quando um mandado de prisão foi expedido pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro.
A investigação que levou ao mandado de prisão foi um desdobramento da Operação Calígula e envolveu denúncias contra uma organização criminosa, que estava ligada a crimes violentos e exploração de jogos de azar não só no Rio de Janeiro, mas em outras regiões do país. No centro dessa organização estava Rogério Andrade, também conhecido como “chefe”, “01” ou “patrão”, sobrinho do famoso contraventor Castor de Andrade.
Feijão ocupava uma posição de destaque nessa estrutura criminosa, sendo considerado o braço direito de Rogério Andrade. Segundo as investigações do Gaeco, ele desempenhava diversas funções cruciais, incluindo a gestão de casas de jogos e a segurança pessoal do contraventor. Além disso, Feijão era responsável pela gestão operacional das atividades ilícitas, incluindo a expansão territorial do grupo e a lavagem de dinheiro. A denúncia do Ministério Público também menciona que ele estava envolvido em acertos corruptivos com agentes estatais.
A prisão de Feijão também levantou conexões com outro caso de grande repercussão no país: o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes em março de 2018. O Ministério Público aponta que Feijão e outros denunciados na mesma operação agiam em integração com pessoas como o ex-policial militar Ronnie Lessa e o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel, ambos presos sob suspeita de envolvimento no caso Marielle. Élcio de Queiroz, também ex-policial militar e colaborador nas investigações, afirmou que Suel acompanhou a vereadora antes do assassinato e também foi responsável por destruir o carro utilizado no crime.
Devido à gravidade das acusações e para evitar riscos à segurança local, Feijão foi transferido para um presídio de segurança máxima fora do estado do Rio de Janeiro, após ser preso em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio.
A prisão de Feijão representa mais um capítulo importante nas investigações envolvendo o crime organizado no Rio de Janeiro e suas conexões com casos de grande repercussão. O Ministério Público do Rio continuará a atuar no combate a essas organizações criminosas e na busca por justiça para os casos que abalam o país.