Atividade econômica cresce em outubro e bate novo recorde

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado um indicador prévio do Produto Interno Bruto (PIB), registrou alta de 0,1% em outubro na comparação com setembro, em dados ajustados sazonalmente, informou o Banco Central nesta sexta-feira (13).

Esse foi o terceiro mês consecutivo de crescimento, contrariando a expectativa de queda de 0,2% apontada em pesquisa da Reuters. Apesar disso, o índice mostrou desaceleração frente ao avanço de 0,9% registrado em setembro, que havia sido revisado de 0,8%.

Comparação Anual e Acumulado

Na comparação com o mesmo mês de 2023, o IBC-Br registrou alta de 7,3% em outubro. Já no acumulado de 12 meses, o indicador apresentou crescimento de 3,4%.

Contribuição Setorial

Os números refletem desempenhos distintos entre os setores econômicos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o varejo cresceu 0,4% em outubro frente ao mês anterior, enquanto o setor de serviços apresentou alta de 1,1%.

Por outro lado, a produção industrial apresentou retração de 0,2%, frustrando expectativas de recuperação no período.

Expectativas para o PIB

A leitura positiva do IBC-Br foi analisada pelo economista do Santander Gabriel Couto, que apontou que o crescimento registrado não captou totalmente os desempenhos mais robustos de alguns setores da economia em outubro.

Com base nos novos dados, o Santander revisou para cima sua projeção de crescimento do PIB no quarto trimestre, de 0,1% para 0,4%. A estimativa para o crescimento anual foi ajustada de 3,4% para 3,5%.

No terceiro trimestre, o PIB brasileiro cresceu 0,9%, conforme divulgado anteriormente pelo IBGE, indicando uma desaceleração em relação aos trimestres anteriores. Mesmo assim, o desempenho foi considerado aquecido, apesar da política monetária restritiva adotada pelo Banco Central.

Inflação e Política Monetária

O ritmo de crescimento econômico mantém as preocupações com a inflação. Em resposta, o Banco Central aumentou recentemente a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, sinalizando a possibilidade de mais dois aumentos de igual magnitude.

De acordo com a Pesquisa Focus, realizada pelo Banco Central antes do último ajuste na Selic, o mercado projeta um crescimento de 3,39% para o PIB em 2024, com desaceleração para 2,0% em 2025.

Fatores Impulsionadores

O economista Rafael Perez, da Suno Research, destacou que a atividade econômica em 2024 foi sustentada por fatores como queda na taxa de desemprego para mínimas históricas, aumento dos salários, expansão dos benefícios sociais e melhores condições de crédito.

Ele apontou que esses vetores impulsionaram setores ligados ao consumo e à renda, mas também intensificaram pressões inflacionárias, ampliando os desafios para a política monetária do Banco Central.

Metodologia do IBC-Br

O IBC-Br é calculado a partir de proxies que representam os índices de volume da produção agropecuária, industrial e do setor de serviços, além dos impostos sobre a produção. O índice é utilizado como um indicador para antecipar tendências do PIB, embora os números possam divergir em função das metodologias utilizadas.

Com os resultados de outubro, as projeções para o fechamento do ano apontam continuidade do crescimento econômico, mesmo diante das medidas de aperto monetário e de um cenário global desafiador.

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