Advogado de tenente-coronel preso nega envolvimento em suposto plano para destabilizar governo

Em entrevista ao UOL nesta sexta-feira (29), Jeffrey Chiquini, advogado de defesa do tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, refutou as acusações de envolvimento de seu cliente em um suposto plano para assassinar figuras políticas de alto escalão, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Azevedo foi detido pela Polícia Federal (PF) e é apontado como parte do chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”.

Segundo Chiquini, Azevedo foi injustamente preso e está sendo usado como “bode expiatório” para implicar as Forças Especiais do Exército, também conhecidas como “kids pretos”, unidade de elite da qual ele faz parte.

O advogado nega qualquer envolvimento de Azevedo ou das Forças Especiais no plano, afirmando que seu cliente “não participou e não tinha conhecimento” das atividades alegadas pela PF.

A operação que levou à prisão de Azevedo foi denominada “Contragolpe” e ocorreu em 19 de novembro. Apesar de sua prisão preventiva, ele não está entre os 37 indiciados por crimes como golpe de Estado e organização criminosa.

Durante um depoimento de quatro horas à PF, Azevedo negou participação no plano e recusou a possibilidade de um acordo de delação premiada, com seu advogado enfatizando que “nada de delação, que é coisa de culpado.”

De acordo com a investigação da PF, a suposta conspiração visava impedir a posse do governo eleito e restringir o funcionamento da democracia e do Poder Judiciário no Brasil.

A PF associou Azevedo ao plano através do uso de seu celular em operações específicas, incluindo uma denominada “Copa 2022”, que supostamente tinha como objetivo assassinar o ministro Alexandre de Moraes.

Azevedo teria usado o codinome “Brasil” e comunicava-se por meio do aplicativo Signal, conhecido por sua segurança e criptografia.

Além disso, foi revelado que Azevedo frequentemente trocava de chips e aparelhos para dificultar a identificação, com o celular usado na “Copa 2022” tendo o número de identificação Imei registrado. Após a operação, ele passou a utilizar um novo aparelho com uma linha telefônica registrada em seu nome.

Chiquini convocou uma coletiva de imprensa para detalhar as circunstâncias que levaram a PF a associar o celular de Azevedo às Forças Especiais do Exército, buscando esclarecer e contestar as acusações feitas contra seu cliente.

A situação segue em desenvolvimento, com a defesa de Azevedo desafiando vigorosamente as evidências apresentadas pela Polícia Federal.

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