Banco Central planeja expandir funções do Pix para eliminar cartões de crédito

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, anunciou nesta quinta-feira que as evoluções planejadas para o Pix poderão, no futuro, permitir que a ferramenta de pagamento instantâneo desempenhe funções semelhantes às dos cartões de crédito, com a vantagem de custos mais baixos.

A declaração foi feita durante um evento virtual promovido pela Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

Segundo Campos Neto, uma das principais inovações em estudo é a possibilidade de bloqueio de pagamentos reversos na plataforma, o que viabilizaria o uso do Pix em transações atualmente realizadas por meio de cartões de crédito.

“Se eu puder bloquear pagamentos reversos na plataforma, eu posso imitar a função dos cartões de crédito no Pix, então não precisaremos mais de cartões de crédito tradicionais, e acho que isso é uma grande vantagem para as pessoas”, afirmou o presidente do Banco Central.

Ele também destacou os custos que acompanham o uso de cartões, sugerindo que o Pix poderia oferecer uma alternativa mais acessível para consumidores e comerciantes.

Avanços tecnológicos no Pix

Durante o evento, Campos Neto ressaltou que o Banco Central está focado no desenvolvimento de novas funcionalidades para o Pix. Desde o seu lançamento em 2020, a plataforma de pagamentos instantâneos tem se tornado uma das principais ferramentas de transações financeiras no Brasil, oferecendo uma alternativa mais rápida e eficiente para transferências de dinheiro.

Entre as novidades previstas para os próximos meses está a implementação do Pix por aproximação, que deve facilitar ainda mais o uso da ferramenta para pagamentos presenciais.

A funcionalidade permitirá que usuários realizem pagamentos simplesmente aproximando seus dispositivos de máquinas ou outros dispositivos habilitados, de forma semelhante ao que ocorre com cartões de débito e crédito com tecnologia de aproximação (contactless).

Drex: Moeda Digital em Desenvolvimento

Além das evoluções no Pix, Campos Neto também mencionou o andamento do projeto Drex, a moeda digital em desenvolvimento pelo Banco Central. Segundo ele, o Drex deve estar pronto para uso em até dois anos.

A iniciativa faz parte de um movimento global de desenvolvimento de moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs), que visam modernizar os sistemas financeiros e aumentar a eficiência nas transações.

A moeda digital brasileira será integrada ao sistema financeiro existente e poderá ser utilizada em uma ampla gama de transações.

Campos Neto destacou que o desenvolvimento do Drex está alinhado com os esforços do Banco Central para promover a digitalização do sistema financeiro, aumentando a inclusão e oferecendo soluções tecnológicas avançadas para a população.

Impacto das Novas Tecnologias no Sistema Financeiro

As inovações planejadas para o Pix e o desenvolvimento da moeda digital Drex refletem o compromisso do Banco Central em modernizar o sistema financeiro brasileiro e oferecer alternativas mais eficientes e acessíveis para os consumidores. A expansão das funcionalidades do Pix, como a possibilidade de substituir os cartões de crédito, poderia representar uma transformação significativa no mercado de pagamentos, com potenciais reduções de custos tanto para os consumidores quanto para os comerciantes.

O Pix já demonstrou ser uma plataforma amplamente aceita no Brasil, com milhões de transações realizadas diariamente. A introdução de novas funcionalidades, como o pagamento por aproximação e a emulação de funções de crédito, tem o potencial de consolidar ainda mais o Pix como a principal ferramenta de pagamento no país.

O Banco Central segue avançando no desenvolvimento dessas tecnologias, enquanto o mercado observa de perto o impacto que essas inovações podem ter na dinâmica do setor de pagamentos. Se bem-sucedidas, essas mudanças podem alterar profundamente a forma como os brasileiros realizam transações financeiras, oferecendo mais praticidade e redução de custos.

Perspectivas Futuras

Com o foco na digitalização e inovação tecnológica, o Banco Central tem dado passos importantes em direção a um sistema financeiro mais inclusivo e eficiente. O desenvolvimento de novas funcionalidades para o Pix e a criação do Drex são parte de uma estratégia mais ampla que visa garantir que o Brasil esteja na vanguarda das inovações no setor financeiro global.

Campos Neto não especificou prazos exatos para a implementação completa dessas novas funções do Pix, mas indicou que as tecnologias estão em desenvolvimento contínuo. O Pix por aproximação deve ser lançado em breve, enquanto o Drex está previsto para os próximos dois anos.

As mudanças no setor financeiro promovidas pelo Banco Central visam oferecer soluções de pagamento mais rápidas, seguras e acessíveis para a população, ao mesmo tempo em que buscam manter o Brasil competitivo em um cenário global de rápida transformação digital. O mercado agora aguarda os próximos passos na evolução dessas tecnologias e seus impactos no cotidiano financeiro dos brasileiros.