Cúpula CELAC-UE em Bruxelas busca fortalecer laços e reconhecer histórico colonial
A terceira cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a União Europeia (UE) será realizada em Bruxelas nos dias 17 e 18 de julho, reunindo 60 líderes dos dois blocos.
Uma das principais novidades na declaração política em negociação é a inclusão de uma referência ao passado colonial europeu na América Latina, um reconhecimento do impacto do colonialismo e da escravidão na região.
A cúpula visa revitalizar e atualizar a parceria entre a CELAC e a UE, refletindo os desafios contemporâneos como a descarbonização da economia, desenvolvimento sustentável e a gestão de recursos climáticos.
Este encontro é considerado uma oportunidade para impulsionar as relações bilaterais, especialmente com o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência do Brasil.
Um dos tópicos de discussão será a criação de um mecanismo para encontros regulares entre os líderes, proposto para ocorrer a cada dois anos, além de reuniões entre altos funcionários para garantir a implementação das decisões tomadas.
Apesar das expectativas, não são previstos avanços significativos no acordo comercial entre a UE e o Mercosul, que está em negociação há mais de 20 anos, devido a controvérsias ambientais e comerciais.
O Brasil, preocupado com as políticas antidesmatamento da UE, propõe um novo texto para ser discutido com os parceiros do Mercosul antes das negociações com a Europa.
A CELAC, estabelecida em 2010 como uma alternativa à Organização dos Estados Americanos (OEA), visa fortalecer os laços regionais e promover cooperação em diversas áreas como política, economia, social e cultural, enfatizando a importância da integração e do desenvolvimento sustentável na América Latina e Caribe.