Arrecadação federal atinge R$ 201,6 bilhões em agosto e registra maior valor da história

Em agosto de 2024, a arrecadação federal do Brasil superou pela primeira vez a marca de R$ 200 bilhões, alcançando R$ 201,6 bilhões, segundo dados divulgados pela Receita Federal.

O valor representa um aumento real de 12% em relação ao mesmo período de 2023, quando o montante, ajustado pela inflação, foi de R$ 180,1 bilhões. Este é o maior valor já registrado para o mês de agosto desde o início da série histórica, em 1995.

De acordo com a Receita, o aumento na arrecadação pode ser atribuído a uma série de medidas fiscais adotadas pelo governo em 2023, como a tributação de fundos exclusivos e offshores, mudanças na tributação de incentivos estaduais, a retomada da tributação de combustíveis e a volta do voto de confiança no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). A limitação no pagamento de precatórios também contribuiu para o resultado.

Nos oito primeiros meses de 2024, a arrecadação federal totalizou R$ 1,73 trilhão, ou R$ 1,75 trilhão ajustados pela inflação, representando um crescimento real de 9,5% em comparação ao mesmo período de 2023.

O governo vê esse crescimento como essencial para atingir a meta de zerar o déficit fiscal até o final do ano, conforme previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024.

Apesar da melhora na arrecadação, analistas do mercado financeiro mantêm cautela sobre o cumprimento integral da meta fiscal.

A nova regra fiscal permite um déficit de até R$ 28,75 bilhões, mas as projeções de mercado indicam um possível rombo de cerca de R$ 66 bilhões.

Em 2023, o governo registrou um déficit primário de R$ 230,5 bilhões, influenciado pelo pagamento de R$ 92,4 bilhões em precatórios.

Para alcançar a meta fiscal de 2024, o governo tem adotado medidas de compensação, como a repatriação de recursos mantidos no exterior, a atualização de valores de bens imóveis no Imposto de Renda e o programa “Desenrola” para empresas com multas pendentes. O uso de depósitos judiciais e o pente-fino em benefícios sociais também fazem parte da estratégia.

A combinação de aumento na arrecadação e políticas fiscais rigorosas tem como objetivo equilibrar as contas públicas e atingir a meta de déficit zero, apesar dos desafios no caminho.