Dallagnol queria usar ONG para evitar fiscalização do TCU sobre multas da Petrobras
Mensagens obtidas através da Operação Spoofing revelaram que o ex-procurador Deltan Dallagnol demonstrou extrema preocupação sobre a destinação das multas de leniência aplicadas à companhia J&F em 2019, indicando uma ONG para evitar tal intermédio.
De acordo com reportagem do Metrópoles, Dallagnol se dirigiu a outro membro do Ministério Público Federal (MPF), expressando preocupação sobre a destinação dos recursos das penalidades à Petrobras, afirmando que isso poderia gerar problemas, pois os recursos passariam a ser fiscalizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o que, na avaliação dele, “não dava para ser”.
As mensagens também revelam que, em 18 de maio, integrantes da Lava Jato discutiam a multa de leniência que estava sendo negociada entre o MPF e a J&F pela força-tarefa de Brasília. Eles se preocupavam com a possibilidade de o valor ser menor do que o acordo que a empresa faria nos Estados Unidos.
Além disso, novas revelações provenientes da Operação Spoofing indicam que Deltan Dallagnol solicitou, em segredo, que a organização não governamental Transparência Internacional (TI) financiasse a hospedagem e alimentação de promotores venezuelanos no Brasil em 2017.
As mensagens evidenciam a colaboração entre Dallagnol e a TI Brasil, revelando discussões sobre apoio financeiro e logístico para receber promotores venezuelanos de maneira confidencial.