Gilmar Mendes enfia o último prego no caixão da Lava Jato
Em entrevista ao Brazil Journal, especializado em Economia e Mercado, o Decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, expôs uma aliança prévia entre a operação Lava Jato e o grupo político associado a Jair Bolsonaro (PL), formada após o impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016.
Mendes indicou que a colaboração entre as partes teve início com a atuação do então deputado Onyx Lorenzoni (PL-RS) no Projeto de Lei das 10 medidas contra a Corrupção, proposto por Deltan Dallagnol, líder da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
A entrevista também abordou a pressão sofrida pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, falecido em 2017, por parte de Sergio Moro, então juiz federal. “Ele [Teori] foi emparedado pelo próprio Sergio Moro”, disparou Mendes.
Mendes relatou que Moro foi convidado por Paulo Guedes, futuro ministro da Economia de Bolsonaro, para assumir o Ministério da Justiça antes do segundo turno das eleições de 2018, uma estratégia confirmada por Guedes em conversa com testemunhas.
“Paulo Guedes revelou que teria pedido licença a Bolsonaro para ir a Curitiba convidar Sérgio Moro para ser o ministro da Justiça. Depois de uma discussão, Bolsonaro o autorizou e isso foi definido. Na hora em que Guedes me contou isso, eu disse: ministro, ‘stop’!”, detalhou.
Mendes criticou a influência excessiva da Lava Jato, sustentada pela mídia, e antecipou que uma correição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na 13ª Vara Federal revelará movimentações financeiras suspeitas, questionando o paradeiro de aproximadamente R$ 10 bilhões.
“Todas as regras dos códigos de contabilidade do setor público foram violadas. É nesse contexto que entra essa tal fundação Dallagnol. Aqui, me parece que há uma falha geral. É como se nós estivéssemos lidando não com um outro poder, mas com um outro Estado”, afirmou.
O ministro fez uma autocrítica sobre a composição do Ministério da Defesa, admitindo falhas na previsão constitucional que permitiram a Bolsonaro nomear militares para a pasta, facilitando a propagação de discursos fraudulentos sobre o sistema eleitoral.
Especificamente, mencionou o assédio sistemático contra o Judiciário pelo então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, em relação à segurança das urnas eletrônicas.
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